Minha primeira gravidez foi muito bem planejada, meu marido e eu, sempre conversamos muito sobre todas as nossas decisões. Decidimos que eu iria parar de trabalhar para tentarmos a gravidez. Eu estava com 29 anos, fui na minha ginecologista e falei que queria me preparar para engravidar. Ela solicitou exames e entrou com o ácido fólico, queria estar bem, para a esperar o bebe.
Em 2014 começamos com as tentativas. Durante esse tempo, foram muitos testes negativos, minha menstruação era desregulada e por isso, nunca sabia quando estava no período fértil. Estava para fechar 1 ano tentando, quando veio a surpresa, o positivo! Nossa...que emoção, que alegria, pois estávamos preparados e queríamos muito ser pais.
No dia seguinte, fui ao Posto de saúde para confirmar a gravidez, tudo certo, positivo mesmo. Saímos dali e fomos contar para a família. Todos, assim como nós, estavam maravilhados com a notícia.
Comecei a fazer o pré natal no posto de saúde, porque ainda não tinha um obstetra pelo meu convênio, minha gineco, não exercia mais a função de obstetrícia e eu tinha que ver outro.
Marcamos uma ecografia e no dia anterior ao exame, tive um pequeno sangramento, para o nosso desespero. Saímos correndo e fomos para a emergência do hospital.
Chegando lá, contei o ocorrido, fizeram o exame de toque e o útero estava fechadinho, como deveria estar.
Me encaminharam para uma ecografia de emergência, para ver se estava tudo bem, mas não conseguiram visualizar o embrião, apenas o saco gestacional e a vesícula vitelínica, viram que eu estava com descolamento de placenta, pediram para fazer repouso e retornar dentro de 15 dias, pois poderia ser que eu estivesse no inicio da gestação e por isso não conseguiram ver o feto.
Como se não bastasse todo o nervosismo, fui muito mal atendida pela obstetra que estava de plantão, ela teve a coragem de falar que eu poderia estar com uma gravidez anembrionária, antes mesmo de ver a eco. Eu estava visivelmente abalada, esperava um pouco mais de empatia da parte dela.
Durante o tempo de espera para realizar o novo exame, continuei tendo um pequeno sangramento, tipo borra de café. Sentia que aquilo não era normal, mas mesmo com medo e achando que não estava tudo bem, esperei.
Chegado o dia do exame, fomos com medo, mas também com esperanças que estaria bem.
O médico conseguiu ver o embrião e eu estava de 7 semanas. Porém, não conseguiu ouvir os batimentos cardíacos do bebe.
Poderia ser porque eu estivesse de poucas semanas e sugeriu que repetíssemos o exame depois de 15 dias novamente.
Voltamos para casa ainda mais apreensivos e aguardamos mais um pouco.
Os dias, pareciam meses e lá estávamos nós outra vez, nervosos e ansiosos por respostas. Infelizmente, dessa vez foi confirmado, ele não tinha mais vida, sem sinais de batimentos.
O mundo caiu sobre minha cabeça naquele momento, meu chão se abriu.
Nosso sonho foi interrompido, sem nenhuma explicação, apenas havia acabado.
O laudo saiu como aborto retido, precisei de curetagem, já que o aborto não foi espontâneo, não foi expelido naturalmente.
Nossa saga só havia começado, pois era arriscado manter o embrião no útero, ele precisava ser retirado.
Com o resultado da ecografia em mãos, fomos até minha ginecologista para ela me orientar, o que eu deveria fazer.
Ela como não era mais obstetra, me orientou a ir há algum hospital que tivesse médico assistencial para realizar a curetagem.
Primeiro, fui ao hospital da minha cidade, relatei tudo e me orientaram a esperar para ver se expelia.
Não satisfeita e com medo, fui em buscas de outros hospitais para mais opiniões do que eu poderia fazer, pois não poderia ficar com o embrião sem vida dentro de mim por muito tempo. Porque não era saudável fisicamente e nem psicologicamente.
Eu poderia pegar uma infecção interna, se ficasse por muito tempo naquele estado.
Fui em diversos hospitais e todos falavam a mesma coisa, que eu deveria esperar.
No quinto hospital, finalmente, encontrei respostas.
Explicaram que eu precisava saber. Disseram que ali eles não poderiam fazer nada naquele momento para me ajudar, mas que me encaminhariam para um outro hospital que resolveria todos os meus problemas.
E assim foi!
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