Conforme me orientaram no hospital anterior
Fomos até o Hospital de Santa Casa, lá já teria um médico esperando por mim e que iria me ajudar.
Chegamos e realmente já estavam me aguardando, a médica do outro hospital, havia passado meu caso para essa médica de plantão.
Me atenderam, fiz a triagem e então, ela conversou comigo. Disse que iria fazer a curetagem, mas que não poderia ser naquele dia, porque eles não faziam cirurgia a noite, isso porque já era umas 8 horas da noite.
Que eu poderia ficar internada se eu quisesse, mas faria a cirurgia só pela manhã.
Resolvemos ir para casa e voltar no outro dia.
No dia seguinte, chegamos ao hospital as 7hs da manhã. Fizemos a internação e fui para a ala obstétrica, onde fui medicada. Colocaram 2 comprimidos no meu útero para dilatar.
Fiquei em observação, esperando o remédio fazer efeito, em um quarto com outras mulheres em trabalho de parto.
Sabia que não era o melhor lugar naquele momento. Porque muitas mães sairiam dali com seus bebes nos braços e eu com o colo vazio.
Isso me deixava muito triste, aquela espera doía demais, foram muitos pensamentos naquela sala.
As horas foram passando e nada acontecia comigo, o que me restava era esperar.
Não sentia nenhuma dor física, só umas cólicas bem leves. Mas o emocional, ah... esse doía muito, lembro de tudo, como se fosse hoje.
As 15horas, uma obstetra residente veio ver como eu estava reagindo ao medicamento.
Fez o exame de toque para conferir a dilatação.
Quando ela enfiou os dedos, foi como se tivesse arrancado meu útero.
Nessa hora doeu muito e eu me contraia e ela falava que eu tinha que relaxar.
Mas, cada vez doía mais e mais.
Foi quando desabei, tava segurando toda aquela dor, porque queria me mostrar fraca. Mas não aguentei.
Foi quando um anjo apareceu para me socorrer, a enfermeira chefe, vendo meu desespero, chamou o obstetra chefe da equipe. Ele veio com a maior calma, conversou comigo, explicou o que iria fazer.
Ele precisava fazer o toque novamente e acreditem, não senti nada.
Constatou que eu estava perdendo muito sangue e que minha dilatação estava total, hora de ir para o centro cirúrgico.
Era 16horas, quando a Enfermeira chefe me acompanhou até o bloco cirúrgico.
Fui muito bem recebida por todos, desde as enfermeiras, o anestesista e o médico.
Fizeram de tudo para me manter calma, até me apagarem com a anestesia.
Acordei na sala de observação as 18horas fiquei ali até me recuperar.
Por volta das 19hs tive alta.
Meu marido, estava a minha espera, angustiado,nervoso, sem saber como eu estava.
Ficou no hospital o tempo todo, sozinho, me aguardando.
Eu imagino o sufoco que ele deve ter passado ali enquanto aguardava.
Graças Deus pude ir para casa e descansar.
Foram dois meses de angustias e medos, doze horas de solidão, naquele ambiente gelado e sombrio.
Mas finalmente, tudo se resolveu,pude sentir minha dor, minha perda, meu luto, somente eu e meu marido!
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