Meu nome é Miriam, tenho 38 anos, Gaúcha, do Rio Grande do Sul. Sou formada em Gestão de Recursos Humanos. Atualmente sou dona de casa e mãe em período integral. Decidi criar o blog com o intuito de desabafar e contar minhas experiências para outras pessoas. Trocar informações sobre o dia a dia e externalizar os sentimentos mais profundos. Espero que gostem dos conteúdos e das minhas vivências. Deixem seus comentários e opiniões. sejam bem vindos ao meu mundo!
segunda-feira, 11 de maio de 2020
Os primeiros dias em casa
Os primeiros dias em casa foram bem tranquilos, tivemos muitas visitas, colinhos e carinhos de quem vinha.
Pedro estava mamando em livre demanda e dormia bem quando estava no colo.
No inicio parecia ser normal, mamava e dormia como todos os bebes.
Com o passar dos dias, as visitas foram diminuindo, só recebia os familiares.
Fomos ficando só nós três e as dificuldades começavam a surgir.
Na hora do almoço era sempre um caos, só conseguia almoçar com ele no colo, conseguia tomar banho ou comer alguma coisa quando o Henrique estava em casa. Ele não parava no carrinho, nem no berço, acordava sempre que largava ele.
As sonecas eram curtos, duravam cerca de 15 minutinhos.
Eu não conseguia me alimentar como deveria, não sentia fome e nem tinha tempo para comer tranquilamente, ele só queria o peito. Se não estivesse mamando, estava chorando.
Aquela situação estava me desgastando, as pessoas diziam que aquilo não era normal. Porque todo recém nascido dormia muito.
Com o Pedro nunca foi assim, ele chorava sem parar, não ficava no colo de ninguém. As pessoas não conseguiam ficar com ele por muito tempo, que ele berrava e ninguém acalmava.
Comecei a entrar em desespero, porque não sabia o que fazer, jamais imaginaria que seria daquela forma, tão cansativo. Não saia mais de casa, porque ele só chorava e as pessoas não entendiam.
Todos tinham uma opinião sobre o assunto, mas a que mais me marcou foi a que ele poderia ter algum transtorno neurológico.
Ficava em pânico sempre, em ouvir tantos achismos.
Eu não sabia o que pensar, nem a quem recorrer. A cada choro dele, eu chorava junto, foi bem traumático.
Não tinha experiência, era tudo novo, não tinha com quem contar, nem mesmo para ficar com ele, enquanto tomava um banho, era só eu e o Henrique o tempo todo.
Tivemos que aprender, sozinhos.
Os meses foram se passando e tudo continuava igual, era choro dia e noite. Sem descanso!
Meu marido estava de férias, mas tinha questões a resolver sobre a construção da nossa casa, então, não ficava o tempo todo comigo.
Eu não conseguia pensar em nada, estava sempre aérea, sem cabeça para pensar em qualquer coisa, ele que resolvia tudo.
Me pedia para decidir alguma coisa na decoração da casa e eu não conseguia, só sabia chorar. Não tinha forças para pensar, andava sempre cansada, estava no meu limite.
Quando Pedro completou 3 meses, nos mudamos para a nova casa. Até aquele momento, estávamos morando de aluguel, porque tínhamos vendido nosso imóvel, dias antes do Pedro nascer.
Achei que quando nos mudássemos, as coisas também mudariam, estaríamos na nossa casa, mais calmos e organizados, mas nada mudou.
Vivia cansada, irritada, não tinha ânimo.
O Henrique já tinha voltado a trabalhar e eu ficava sozinha com o Pedro, não conseguia fazer os serviços da casa, ficava com ele o tempo todo no colo.
Aquilo me destruía, porque sempre fui neurótica por limpeza e organização. E só conseguia fazer alguma coisa, quando o Henrique chegava do trabalho, que ficava com ele.
Estava fatigada, não aguentava mais, todo o meu corpo doía, era um peso que não sabia de onde vinha.
Todas as vezes que levávamos o Pedro no pediatra, eu questionava a possibilidade dele ter refluxo, pelo fato de chorar muito.
Mas ele sempre dizia que era normal e que todo bebe chorava.
E assim, fomos levando, sem respostas. Tudo continuava do mesmo jeito e eu estava prestes a pirar e sumir.
O Henrique estava pronto para ir ao trabalho, quando tomei a atitude de ir atrás de respostas,não ficaria mais um dia daquele jeito. Peguei o Pedro e disse que o levaríamos a Emergência, porque eu estava quase enlouquecendo e assim não dava para ficar, não aguentava mais tanto choro.
Naquele momento, ele pode ver a gravidade da situação e fomos.
Para nossa sorte, era o pediatra dele que estava de plantão no hospital, falei tudo que estava se passando e que precisava de ajuda e não tinha mais o que eu poderia fazer.
Ele fez alguns exames, que deram todos bons.
Insisti novamente na hipótese de ser refluxo e dessa vez ele me ouviu, resolveu entrar com o tratamento, para a graça de Deus!
Com quinze dias de medicação, o Pedro mudou da água para o vinho, dava para ver uma boa melhora.
Chorava menos e dormia um pouco melhor, já podia ver uma luz no fim do túnel.
Ele foi melhorando e dava para perceber que aquele olhar tristinho, aquele olhar de dor, estava dando lugar há um semblante mais leve e tranquilo.
Ele estava tentando ser o bebe, que ele deveria ser desde o inicio, se não tivesse tantos incômodos, na vidinha dele.
Estava chegando o momento que poderíamos curtir cada fase, sem tanto sofrimento para todos.
Era para ser só alegria, daquele dia em diante. Mas infelizmente, aquela altura eu já não era mais a mesma, não me reconhecia, não havia muita alegria no meu olhar, a depressão já havia tomando conta de mim.
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