quarta-feira, 6 de maio de 2020

Tentando a segunda gravidez





Seis meses, após o aborto, resolvemos tentar a segunda gravidez.
Não desistiríamos do nosso sonho.
Repeti todos os exames e tudo estava certo, era só começar as tentativas.
Estávamos a quase um ano de novo e nada de vir o positivo.
A ansiedade nos consumia a cada mês.
Resolvemos investigar as causas, o porque da demora, se tudo estava bem. Pensamos que  poderia ser algo com meu marido e fomos mais a fundo na busca por respostas. Ele fez todos os exames e tudo estava bem, conforme diziam os resultados.
Não tínhamos o que fazer, a não ser rezar e esperar a nossa hora chegar.
Todo mês era uma frustração, quando a "monstra vinha". Mas continuávamos firmes esperando nosso arco-iris.
Em agosto de 2016, para nossa surpresa, descobrirmos que seriamos pais novamente.
Foi uma nova alegria, só que dessa vez, com um pouco de medo e insegurança de tudo se repetir.
Esperaríamos dessa vez para contar a família, pelo menos os três primeiros meses, que são os mais arriscados.
Dessa vez, já tinha um obstetra que me acompanhava.
Agora era diferente, tudo para dar certo, com mais tranquilidade, já que tinha alguém para me orientar.
Estávamos curtindo aquele momento, quando fui ao banheiro e notei uma sujeirinha de sangue na calcinha.
Pensei, outra vez, não!
Fiquei muito nervosa e mandei mensagem para meu obstetra, que logo me pediu para fazer repouso, mas se continuasse o sangramento era para ir até a emergência do hospital.
No dia seguinte, continuou saindo uma sujeirinha, sempre que passava o papel.
Falei para o meu esposo e fomos para a emergência.
Tivemos sorte de quem estava atendendo no plantão, era meu obstetra.
Pediu que eu fizesse o beta HCG, para confirmar a gravidez, porque eu só tinha feito o de farmácia.
Esperamos o resultado e realmente, positivo.
Fiz também uma ecografia, mas estava muito no inicio. Não conseguimos ver nada, além do saco gestacional, retornaríamos depois de quinze dias para repetir.
Continuei de repouso nesse tempo,  porque continuava saindo manchas de sangue.
No dia  do retorno, podemos ficar mais aliviados, porque estava tudo bem, estava de poucas semanas e não dava ouvir o coraçãozinho, mas estava tudo normal.
O sangramento continuava, pouco, mas vinha.
Relatei ao meu obstetra, que me receitou um medicamento.
Comecei a tomar e tudo normalizou, graças a Deus, tomei durante três meses, junto fazia o repouso absoluto.
Até que enfim, aquele momento tão delicado e perigoso passou e podemos curtir mais e contar a todos.
Tive uma gravidez muito tranquila, não tive enjoos, não inchei, meu cabelo e pele ficaram ótimos, foi maravilhoso.
Era muito mimada e paparicada por toda família.
Não engordei muito, meu rosto ficou fino, só a barriga, enorme.
Me sentia plena e realizada.
Estava indo perfeitamente bem, fazia uma ecografia por mês e aquilo me tranquilizava.
Podíamos ver que o bebe crescia saudável.
Ouvimos o coraçãozinho pela primeira vez com sete semanas, muita emoção em saber que a nossa sementinha crescia bem!
Descobrimos o sexo com dezesseis semanas, seríamos papais de um meninão.
Confesso que na hora fiquei um pouco chateada, porque meu marido queria uma menina e eu queria agradá-lo.
Mas, logo aquele sentimento passou, porque o que importava é que ele estava bem e que seríamos papais, como sonhávamos.
Só tinha que agradecer a Deus por aquela benção.
Com trinta e oito semanas, em uma consulta de rotina, meu médico ficou assustado porque minha pressão estava alta.
Sai do consultório direto para o hospital, segundo ele, eu poderia estar com Pré - eclampsia.
Fiz o exame, negativo para pré-eclampsia.
Tive que ficar no hospital até a troca plantão,  porque meu médico assumiria o posto e decidiria o fazer diante daquela situação.
Conforme orientação dele, dependendo do resultado,  teria que ser feito uma cesária de Emergência. Mas não foi preciso.
Tudo se normalizou e  ele decidiu esperar, fechar as trinta e nove semanas para fazer a cesária, com calma e no tempo certo.
Deu medicamentos para a pressão e agendou o parto para a outra semana.
Que nervoso sabendo que o meu pequeno iria chegar e tudo mudaria.
Enfim, chegou o dia, de conhecer meu tesouro. O dia que seria uma nova pessoa e que teria mais alguém em minha vida, para amar e proteger.
Minha vontade, desde o inicio era parto normal, mas não foi como planejei e sim, como os planos de Deus.
Entre minha vontade e a saúde do meu menino, não tinha dúvidas!
Escolheria o que fosse melhor para ele e obviamente para mim.
Sempre tive plena consciência de que faria o que fosse menos arriscado para nós e minha pressão estava instável, então não arriscaria.
Não me arrependo de como foi, o que importava era que ele estivesse ali comigo bem e cheio de vida.
Assim, ele veio ao mundo!





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